sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Os "Neymares" do mundo corporativo


Bem, o que eu nunca esperava aconteceu. O Mano Menezes barrou o Neymar dos amistosos da Seleção como forma de "punição" por seu mau comportamento no último jogo contra o Atlético-GO! Tô bege! É a primeira vez, desde que me entendo por gente, que vejo um técnico apitar mais que um craque. E não é um craque qualquer. É o Neymar! Talvez o novo fenômeno.
O menino é mesmo muito bom de bola. Um craque. Mas a atitude de Mano é de tirar o fôlego e o chapéu. Por isso meu espanto. Nunca pensei que um técnico, na atual conjuntura dos valores demonstrados até aqui no futebol brasileiro, pudesse ter este moral todo. Ele e o Dorival Jr, técnico do Santos. Parabéns também ao presidente do Santos, que apoiou o Dorival, puniu o jogador, deixando-o no banco e mexendo no seu bolso. E ainda o fez se retratar em público. Tudo exemplar!

O recado dado é claro: para Neymar, para os demais atletas e para os jovens que os têm como ídolos. Não é por que é craque que pode tudo. Há outros valores em jogo que são também de suma importância: equipe, respeito, hierarquia, obediência, etc.

Não que eu ache que Neymar "mereça" tudo isso. Nem sei se ele tem noção do que fez. Qual é a co-responsabilidade do clube que pega um menino de origem simples e o torna, aos 18 anos, um fenômeno, uma unanimidade e um milionário?... Nem sei que suporte um garoto assim tem para lidar com tudo isso. É de pirar quase qualquer um. Uma personalidade em formação, diante de tantos "sins", é quase natural que se torne um pequeno tirano, arrogante e egocêntrico. Mas, não é disto que quero tratar.

O que quero usar, é a correlação com o mundo corporativo. O quanto é importante que uma organização deixe claro para seus colaboradores que os fins não justificam os meios. Que os resultados não prescindem das atitudes e valores. Que o como (competências) é tão importante como o que (metas). Ou seja, se temos um "craque" que faz resultado, inova, bate metas, mas que não comunga dos valores da organização, não segue suas normas e processos, não respeita ou considera os demais membros da equipe e pensa que sozinho decide o jogo, a resposta deve ser clara: cartão amarelo, quiçá vermelho. Que organização queremos? que ambiente almejamos? qual a perenidade possível com galáticos no time? Pessoas que se acham especiais, diferenciadas e portanto, com mais ou diferentes direitos que os demais. Como se um time não precisasse de pessoas no ataque e outros na defesa.
Há perfis empreendedores e perfis apoiadores, perfis de sustentação, aqueles que são mais conciliadores, que agregam as pessoas, que constroem relacionamentos. Como numa banda. Não é só porque o crooner é o mais visto ou conhecido que o sucesso não pertence aos demais músicos. E o backing vocal? Lá,lá,lá, tchu, tchu, ru, tchu, faz ou não toda a diferença na música?
Lição aprendida, quem sabe se o Luxemburgo tivesse tido o apoio necessário para dar uma "enquadrada" no Romário em 1995, hoje teríamos outro cenário para o craque? Mas, isso pertence à ciência da futurologia, a qual ainda não dominamos.
Bonfinde !

Um comentário:

  1. lu, concordo com vc!
    a midia criou umm tirano...uma criança ainda , arrogante e topetudo que acha que pode tudo.
    fiquei é P da vida que demitiram o tecnico.
    acho que o neymar é responsavel sim
    sabe o que quer.
    quer ser otop of the pops...ser tao conhecido qto pele, ronaldo. conseguiu.
    ele esta no topo, mas se continuar assim nunca tera respeito

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