segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O trauma pós confinamento dos participantes de reality shows


O show mal começou, mas todo mundo já está pensando em quem vai sair. Está no ar mais uma edição do reality show mais visto no Brasil, o "Big Brother" (Globo).
Entre os participantes, a ideia de que o jogo é de cartas marcadas talvez ajude a aguentar o tranco da eliminação. Mas pouca gente discute as consequências psicológicas de quem é expulso desse tipo de programa.
Voltar à vida real depois de participar de um reality show é bem diferente do caminho da fama geralmente suposto. E o alívio de sair do confinamento pode não compensar sintomas como depressão e frustração.
Parece óbvio? Nem tanto. Podemos não saber as reais motivações de quem se candidata, mas é difícil alguém entrar no jogo achando que vai sair pior do que entrou.
"Claro que o participante sai achando que ficou conhecido, que "será alguma coisa". Mas a maioria não vê grande benefício na vida profissional, além de sofrer abalos no relacionamento com a família, com o namorado etc.", diz o psicólogo Marco Antonio de Tommaso.
Tommaso, que dá atendimento psicológico para modelos de grandes agências, foi convidado para dar assistência às eliminadas na primeira edição do reality "Brazil's Next Top Model" (Sony), em 2007.
Para ele, as participantes supervalorizam a oportunidade e subestimam o perigo. "Ficam sempre na dúvida se são amadas, a autoestima vai para o espaço."
SEM EMPREGO
A chance de se projetar na carreira é questionável. "O que mais ouço falar é de ex-participantes não conseguindo emprego", diz Tommaso.
Mesmo quem consegue não acredita ser mérito do reality. A modelo Mariana Richardt, 24, quarto lugar no "Next Top Model" de 2007, afirma que o programa não abriu muitas portas para ela.
"No meio da moda, não é bem visto ser conhecida como ex-reality show", afirma a modelo, hoje contratada por uma agência.
E não é só no mercado de modelos que essa associação aos programas é negativa, diz a psicóloga Mariá Giulise, consultora de carreira.
"A forma como a coisa foi concebida é inadequada. A carreira tem um percurso para ser construída, não há solução mágica."
Participar de reality shows relacionados à carreira profissional pode queimar ainda mais o filme do participante.
"Os jurados não julgam apenas o trabalho, vira humilhação pessoal. A pessoa acaba duvidando de seu próprio talento", diz Myres Verardi, analista comportamental do birô de tendências Observatório de Sinais, que elaborou o "Dossiê Reality" para o mercado.
Para Verardi, ser eliminado por um profissional pode ser pior do que pelos milhões de votos anônimos. "O jurado é reconhecido na área. Sua opinião é apresentada como se fosse uma avaliação objetiva em uma entrevista para emprego, mas não é."
O assédio moral praticado às claras amplifica a humilhação. "Esse modelo de relacionamento profissional é sério, dá processo. Nos programas, vira uma caricatura perversa", lembra Giulise.
AUDIÊNCIA
Mesmo assim, essas situações dão audiência. "Ver pessoas sendo humilhadas e submetidas ao ridículo representa o jogo de poder que não nos é permitido exercer", diz o sociólogo Dario Caldas, do Observatório de Sinais.
Caldas acredita que, para os participantes, o prêmio é secundário. "O que move é a possibilidade de existir para além do anonimato."
Essa existência é efêmera, na maioria dos casos. "Parece bacana, o sujeito cai na mídia direto. Mas é consumido tão rápido quanto um pacote de salgadinho", diz a psicóloga e psicanalista Marília Pereira Millan, professora da Universidade Paulista.
Autora de um trabalho sobre o tema, Millan explica que o confinamento mobiliza aspectos primitivos do funcionamento psíquico, como a agressividade e a violência.
"O participante entra em contato com uma parte desconhecida de si mesmo de forma abrupta. Quando sai, é difícil juntar os pedaços."
CABEÇA A PRÊMIO
Os riscos emocionais e profissionais de participar de um reality show
- Elevação do nível de ansiedade
- Piora de quadros psicológicos preexistentes (agressividade doentia, manias, depressão)
- Frustração constante
- Depressão
- Crise de identidade
- Sintomas de estresse pós-traumático, como ficar revivendo cenas do programa que causaram sofrimento
- Possibilidade de desenvolver sintomas de paranoia, como mania de perseguição
- Imagem distorcida da realidade
- Perda da autoestima
- Insegurança quanto ao valor profissional
- Imagem negativa no mercado de trabalho
fonte: MARCO ANTONIO TOMASSO, e MARIÁ GIULISE, psicólogos
Fonte: www1.folha.uol.com.br

domingo, 23 de janeiro de 2011

Mudança nos signos do Zodíaco!


Bem gente, eu não acredito em astrologia. Mas adooorrroo um horóscopozinho básico. Então, estava eu na banca de jornal e acabei de achar um livrinho com as previsões do João Bidu para o meu signo por apenas 99 centavos. De mais! Li tudo e lógico, só coisas maravilhosas e àqueles conselhos personalizados para o meu signo: cuide mais de sua saúde, leve-se menos a sério, perdoe velhas desavensas, você terá surpresas agradáveis no segundo semestre e mais, aquele meu projeto ao qual eu me dedico a anos, terá evolução. Muito bom, né? Só mesmo João Bidu para me reconfortar tanto.
Ai, pego a Veja e, surprise! A matéria de capa é "Guerra nas Estrelas".
Dizendo que os astrônomos fizeram descobertas que alteram totalmente os signos do zodíaco. Tô bege! Um enquete recente feita pela internet mostrou que 51% dos 2000 pesquisados leem horóscopo diariamente e que 37% acreditam que os astros influenciam destinos e apontam caminhos. Tá vendo? Eu sabia que não era só eu.
Mas, há duas semanas atrás os decifradores de astros tomaram um choque, diz a matéria da Veja, pois o astrônomo americano Parke Kunkle, afirma estar errada a interpretação dos movimentos celestes usada pela astrologia para determinar os signos de acordo com a data de nascimento das pessoas. Isso significa, na prática que eu não sou mais de Capricórnio. Meu marido, que fiz mapa astral antes de casar-me para ver se a gente tinha afinidade, não é mais de Leão. Caramba, 22 anos depois! Será que rolará divórcio? Meu filho, ao qual venho educando baseando-me em suas características sagitarianas também não o é mais! E mais, ele é agora de um novo signo, isso mesmo, um novo signo: Serpentário! João Bidu fez livro para quem é de serpentário? Salvou-se apenas a mais velha, que continua de Peixes. Por isso eu tenho certeza que venho educando-a muito bem.
Mas, por que o Parke Kunkle resolveu meter a sua colher científica nesta sopa mística, pergunta ainda a Veja. Por que é um mau humorado, certamente (esta é minha conclusão). Ele explicou pacientemente que há 3000 anos, quando os mapas astrológicos foram feitos, seus desenhistas realizaram um bom trabalho, alinhando o trajeto do Sol no firmamento com as constelações. Só que o céu muda. E consequentemente os meses e dias correspondentes a cada signo não são os mesmos no céu agora. Isso por causa do posicionamento do eixo da Terra. Bem, mas e agora? Agora veja a nova tabela, descubra seu novo signo e peça ressarcimento do seu prejuízo financeiro à editora das revistas do João Bidu. Ou deixa o Kunkle prá lá e continue sendo do seu signo tradicional. Eu,por prevenção, vou comprar o livrinho do meu novo signo.

COMO ERA - COMO FICOU
Capricórnio- de 22/12 a 20/01 ; de 20/01 a 16/02
Aquário - de 20/01 a 18/02 ; 16/02 a 11/03
Peixes - 18/02 a 20/03 ; 11/03 a 18/04
Áries - 20/03 a 20/04; 18/04 a 13/05
Touro - de 20/04 a 21/05 ; 13/05 a 21/06
Gêmeos - 21/05 a 21/06 ; 21/06 a 20/07
Câncer - 21/06 a 23/07 ; 20/07 a 10/08
Leão - 23/07 a 23/08 ; 10/08 a 16/09
Virgem - 23/08 a 23/09 ; 16/09 a 30/10
Libra - 23/09 a 23/10 ; 30/10 a 23/11
Escorpião - 23/10 a 22/11 ; 23/11 a 29/11
OPHIUCHUS (SERPENTÁRIO) - de 29/11 a 17/12
Sagitário - 22/11 a 22/12; 17/12 a 20/01

domingo, 16 de janeiro de 2011

Ego executivo


Ego Executivo
Fonte: RH Portal Jan/11
O Ego pode ser definido como a soma dos pensamentos, idéias, sentimentos, lembranças e percepções sensoriais. Faz parte de todos nós e, na medida certa, é arma poderosa nas relações humanas. Porém, há limites a serem respeitados, sob o risco de o ego virar uma armadilha contra nós mesmos. No meio executivo, onde há uma concentração de poder, e as tomadas de decisões podem interferir na vida de muitos, essa exacerbação é particularmente danosa. Os profissionais precisam ficar alertas para não incorrer no erro de pensarem ser maiores do que as próprias companhias que representam.

Um exemplo emblemático é o de Kenneth Lay. O gigantesco ego do superexecutivo norte-americano, como reportou a revista "Veja" e outras publicações ao redor do mundo, ajudou a desintegrar a mais poderosa distribuidora de energia elétrica do planeta, a Enron. A empresa, após 16 anos de operação, quebrou. Lay, que morreu em 2006, respondendo a processos de fraude, geriu sozinho o conglomerado, sem partilhar com a alta cúpula os resultados financeiros que culminaram em sua concordata.

O caso de Lay ganhou os holofotes porque provocou a derrocada um gigante mundial, mas os problemas que levaram a isso são mais comuns do que se imagina nas organizações, sejam elas de qual porte for. "O modelo social que o capitalismo constrói favorece o autocentramento, porque preconiza um acúmulo individual de capital (material e cultural) em detrimento de relações de solidariedade, incentivando comportamentos mais narcisistas", explica Marcelo Ribeiro, professor doutor do Departamento de Psicologia da USP.

E quanto mais em evidência a organização, maior a armadilha do ego. O diretor-geral da Rede Globo, Jorge Fernando, de 53 anos, dos quais 30 de carreira, e com 30 novelas no currículo, fala com tranqüilidade sobre as muitas crises de ego no passado. Gritava desnecessariamente com a equipe, por exemplo, na hora de solicitar alguma tarefa. Mas ao longo do tempo percebeu que essa postura o deixava infeliz. "Era um "nervosinho de merda". Na verdade, eu estava inseguro", lembra. Quando assumiu o cargo mais almejado da sua área, Jorge Fernando tinha apenas 30 anos.

No mundo corporativo, a ânsia de controle, muitas vezes exigida como estratégia de gestão, prioriza estilos autocráticos, que tendem a valorizar líderes mais narcisistas: se estabelece uma relação de dependência, em que o líder passa a impressão de extrair o máximo de si, ao mesmo tempo em que exige o máximo de seus subordinados - o que garantiria produtividade e controle, pretensamente tomados como metas inquestionáveis para uma organização. "Se pensarmos que a concepção do que é um transtorno é uma construção psicossocial, e não uma essência constitutiva, ou seja, varia de acordo com o contexto e o momento histórico, podemos dizer que o narcisista está mais adaptado ao que parece ser requisitado pelo mercado de trabalho atualmente, comenta o professor Marcelo Ribeiro.

Priscila Oliveira, psicóloga pós-graduada pelo Mackenzie, que atua há 11 anos na área de Recursos Humanos, admite que o mercado acolhe bem os egocêntricos: "O egocêntrico chega a altos patamares nas empresas; são profissionais destemidos, ousados". Mas, pondera que esses profissionais tendem a perder a noção do todo, e também de se autoavaliar.
(...)

ÍCONES
O narcisismo é um problema recorrente em cargos de liderança. Além de Kenneth Lay, da Enron, há outros ícones incontestes. Há uma piada que circula no meio empresarial, e pergunta: qual a diferença entre Deus e Larry Ellison? A resposta: Deus não pensa que é Ellison. Principal executivo e maior acionista da Oracle, empresa de softwares, Ellison é mundialmente conhecido por ter um ego maior que sua fortuna. Há relatos de que o bilionário tem acessos de fúria quando um subordinado aparece mais do que ele.

Lay, Ellison e o chefe do executivo citado expõem uma realidade que vem se evidenciando nos últimos anos: o mercado incentiva o narcisismo e o individualismo nas organizações.

Diretora-presidente da Samcil Solidária, braço de responsabilidade social da Samcil Planos de Saúde, Dirce Chagas da Costa, 77 anos, já passou por cargos executivos ao longo de sua carreira e, com toda sua experiência, avalia que o egocentrismo, no final das contas, é uma barreira para o crescimento profissional. "Alguém que pensa que sabe tudo não vai chegar a lugar nenhum, de fato". Para ela, o ego elevado até pode ser uma ferramenta para um executivo atingir altos postos, o problema está na sustentabilidade desta posição.

Além de não se sustentar por si só, o executivo de ego elevado pode estar escondendo algo que esta pessoa não tem: talento. Essa é a opinião de Roberto Tranjan, diretor da Cempre - Educação nos Negócios. "Quem tem talento, sabe fazer a conexão entre o mundo de dentro [o ego] e o mundo de fora [os demais executivos e a empresa], passando por cima do egocentrismo", explica. "E as grandes corporações demandam, cada vez mais, descentralização e maior participação."

LADO POSITIVO
Embora o ego exacerbado seja visto por muitos como algo que atrapalha o desenvolvimento profissional, gestores de RH enxergam alguns pontos positivos nessa característica. "Depende da orientação que essa pessoa vai receber e também do estilo da empresa", avalia Maíra Montezel, gerente de Comunicação e RH para América Latina da Edwards Lifesciences, empresa da área de saúde. "O que um gestor de RH deve fazer é orientar o profissional a tirar benefícios dessa qualidade, deixando claro que há limites dentro da corporação." Segundo Maíra, a melhor característica de um líder com ego exacerbado é a autoconfiança, que pode ajudar a pessoa a conquistar seus objetivos, também auxiliando a empresa a alcançar suas metas.

Com mais de 3.000 colaboradores, o hospital Sírio-Libanês é o tipo de instituição que procura evitar a exacerbação dos egos de seus profissionais. Seu superintendente de gestão de pessoas e qualidade da instituição, Fábio Patrus, destaca que o trabalho em equipe cria uma situação inevitável de competição. "Procuramos combinar valores, agregando ao modelo empresarial nossas características históricas de filantropia, diferentemente de corporações que só pensam na competição."

POR FALAR EM EGO
O ego pode ser entendido como uma autoimagem, que construímos ao longo da vida, por meio de nossas relações com o outro e com o mundo. "Essa representação do eu é marcada pela psicodinâmica das relações entre um ego real (necessidades reais - o que eu sou), um ego ideal (necessidades impostas socialmente - o que outro gostaria que eu fosse) e um ideal de ego (desejos construídos na relação com o mundo - o que eu gostaria de ser)", ensina o professor Marcelo Ribeiro. O ego seria a resultante dessas três dimensões em contato com a realidade externa e com o mundo interno de cada um. Ele permeia nosso comportamento e nossas formas de relação com o mundo, nosso grau de autoconfiança, de satisfação e de tolerância à frustração.

Em nosso desenvolvimento subjetivo e cognitivo, construirmos gradativamente nossas formas de assimilação dos objetos do mundo e nossas estratégias para lidar com esse mundo. Percebemos que nossa vida depende de nós e dos outros. O egocentrismo e o narcisismo são importantes processos de aprendizagem, que tendem a ser superados em nosso desenvolvimento psíquico. "Quando a pessoa tem dificuldade para superar o egocentrismo, terá também dificuldades de comunicação, cooperação e de lidar com os conflitos oriundos da relação com os outros, ficando mais fragilizada e suscetível às frustrações", informa o professor.

A principal característica de gestores narcisistas é a paixão por projetos grandiosos. São profissionais ousados e criativos, e, quando acertam, costumam apresentar resultados espetaculares. Quando tomam a decisão errada, porém, o impacto também é grande. Como o Narciso do mito, são apaixonados pela própria imagem, isto é, gostam de visibilidade. Mas perseguir decisões de impacto é uma escolha arriscada e pode ruir profissionalmente um executivo - como Narciso, que de tanto contemplar sua imagem, definha até morrer

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

êxito e fracasso



Por Autimio Antunes

A vida do outro parece melhor que a minha... Quem nunca pensou assim consigo mesmo? O fulano está sempre feliz, sorrindo, rodeado de amigos e fazendo aquilo que gosta. E eu... Sempre numa pior, cheio de preocupações, medos, dúvidas, receios, ansiedades. Acrescentamos, ainda, que não temos o necessário para nosso bem-estar: “ah, os outros parecem ter tudo que precisam para levar uma vida tranqüila”.
As pessoas que se questionam dessa maneira sofrem das aparências! O que vemos é apenas parte da realidade das pessoas. A intimidade de cada um é o que vai dar o verdadeiro matiz de sua vida: o âmago de seus relacionamentos, de sua família, de seu trabalho, de seu mundo com êxitos e fracassos.
Outro típico “protesto” dos sofredores das aparências: “cumpro meus deveres com empenho e sacrifício, enquanto tem um monte de gente que recebe tudo de mãos beijadas, absolutamente tudo dá certo para elas!” Será que a realidade é realmente essa? Vale a penas lutar?
Para esclarecer este dilema que corrói tantas pessoas que vivem nesta – no mínimo incômoda – situação, a saída é ter um conhecimento completo e amplo da vida dos demais. Não por pura curiosidade, mas por uma questão de racionalidade... E, quando o “alvo” é uma celebridade, é essencial não perder de vista que se trata de um ser humano, com capacidades e dificuldades como qualquer outro.
Longe do discurso batido de que devemos reparar nas pessoas que vivem em condições muito piores do que as nossas, encontraremos exemplos de pessoas consagradas e de grande visibilidade, com dois “mundos”: o aparente e um outro, bem diferente – o real. Descobrir a verdade e a realidade pode causar “admiração”. No entanto, esta descoberta nunca é repentina, exige um processo de familiarização.
O que nos faz levantar da cama são nossos ideais, nossos objetivos, aquilo que dá sentido para a nossa vida, independente de nosso estado de ânimo, sentimentos, e condições físicas. Em resumo: o sentido, a direção, que damos para nossa vida depende dos nossos “ideais” e das “tarefas” para alcançá-los. E na realização dessas tarefas podemos ter êxitos ou fracassos.
Sabemos muito bem que os fracassos nos acompanham sempre e nos fazem sofrer. Sentimos dor por eles. E, para descobrirmos o sentido da dor, precisamos adquirir capacidade para assimilá-la.
Analisemos, por exemplo, o que já se passou na intimidade de Andre Agassi, um dos cinco maiores jogadores de tênis de todos os tempos:
“Estou com 10 anos, disputando o campeonato nacional norte-americano. Segunda rodada. Estou perdendo feio para um garoto mais velho, considerado o melhor do país. Não que isso facilite as coisas para mim. Por que a derrota dói tanto? Como uma coisas pode doer tanto? Saio da quadra desejando estar morto. Vou para o estacionamento, mal me agüento nas pernas. Enquanto meu pai junta nossas coisas e se despede dos outros pais, eu me acomodo no carro, aos prantos”. São palavras de Agassi, em sua autobiografia.
A partir deste exemplo, podemos extrair um pensamento de Ricardo Yepes, que esclarece – ou pelo menos começa a nos ajudar a entender – a dor na nossa vida.
Diz ele: “quem triunfa demais, ou demasiadamente rápido, corre o risco de confiar em suas forças além da medida e afastar-se da realidade”.
Voltando ao mundo do tênis, um olheiro à procura de novos talentos se aproxima de Andre e diz: “dias como este são difíceis, muito mais difíceis na verdade, mas no fundo essas experiências servem para nos deixar fortes.”
E qual é a realidade desta situação? O outro jogador é mais velho, melhor nesta conjuntura e o caminho é treinar ao longo dos anos que perfazem esta diferença, e poder realizar uma nova “tarefa” (novo jogo) para encarar uma nova realidade. Se dói, é porque damos valor, muito valor, para aquilo que não conseguimos alcançar. E, se vale a pena este valor, o único caminho é voltar às tarefas, em busca de um êxito.
Completa seu conselho, o olheiro, ao garoto Agassi. “Muito bem. Então vá em frente e chore. Sinta essa dor por mais algum tempo. Mas depois diga para você mesmo: acabou, é hora de voltar ao trabalho.”
O segredo é aprender a relativizar o fracasso, saber rir e ridicularizar, para , então, livrar-se dele. Assim fizeram os bem sucedidos. Amargurar-se pelos próprios fracassos é sinal de que não nos reconhecemos como limitados. E se reconhecer limitado ajuda a encarar os fracassos com mais tranqüilidade e a buscar apoios ( pais, amigos, professores, Deus...) que nos ajudem a conseguir mais êxitos na realização de nossas tarefas em busca do nosso ideal.
São os ideais que constituem a grande força que nos resgata dos fracassos e não permite que nos amarguremos na dor. E, quando levamos uma vida assim, passamos a entender um pouco melhor o porquê da dor e dos fracassos e, acima de tudo, a relativizar as aparências e a valorizar a realidade das coisas e das pessoas.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Que dureza!


Eu estou teoricamente em férias. Digo isso porque,em especial, para nós mães, férias sem estar viajando, é osso! O que fazer pra distrair a filharada no ápice da energia? E os armários para arrumar? As coisas pra pôr em ordem? Os check-ups médicos? Em geral, é tempo de dar folga pra ajudante de casa também, aí, você começa a contar os dias para ter férias das férias rsrsrsrs.

E, dentro deste contexto, olho pro blog e penso: "Meu Deus, tenho que postar algo.", e a culpa, misturada à preguiça, não me davam nenhuma pista sobre um tema ou algo interessante.

Aí, folheei, por acaso, a Revista Você RH, que acabou de chegar e encontro a matéria com o título aí acima. Trata da "depressão pós férias". Pensei:"Bingo!, é isso". Se você já está cansado só de pensar em voltar ao batente, leia aí uma parte da reportagem.

Por Maurício Oliveira, em Saúde e comportamento, Você RH Jan/2011.

Quando alguém tira férias, deveria voltar ao trabalho feliz da vida e cheio de entusiasmo, certo? Todo gestor de pessoas sabe que, na prática, não é bem isso o que acontece. Ao contrário, muita gente demora para pegar o ritmo outra vez. E há os que vão além da dispersão e da falta de concentração: parecem desanimados, infelizes, até mesmo doentes. Trata-se de um problema que vem se tornando cada vez mais comum nas corporações, a ponto de ganhar até o status de distúrbio psicológico específico: a depressão pós férias.
De acordo com pesquisa feita recentemente pela International Stress Management Association no Brasil (Isma-BR), um em cada quatro profissionais brasileiros apresenta sintomas desse distúrbio. Há desde sintomas físicos - como dores musculares, dor de cabeça, cansaço constante e insônia - até psicológicos, como angústia, ansiedade e raiva. A pesquisa ouviu 540 profissionais que haviam acabado de voltar de férias, de ambos os gêneros e com idade entre 25 e 60 anos, e constatou que 124 deles manifestaram alguns dos sintomas típicos.
Os gestores de recursos humanos devem estar especialmente atentos à parte da pesquisa que revela as "fugas" utilizadas pelos profissionais atingidos pela depressão pós-férias. Dos que apresentaram sintomas, 68% admitiram o uso de medicamentos ou drogas que supostamente ajudam a lidar com a situação, 52% relataram consumo de bebida alcoólica, 38% compensam as frustrações ingerindo comidas calóricas e 33% recorrem ao cigarro. "Nas duas primeiras semanas, é perfeitamente normal não estar se sentindo 100% motivado. Afinal, não é fácil lidar com a ideias de que vai demorar um pouco para as próximas férias chegarem", diz a psicóloga Ana Maria Rossi, presidente da Isma no Brasil. "A preocupação é quando essa sensação se prolonga e ganha sintomas mais intensos".

Dos profissionais identificados como portadores da depressão pós-férias, 93% apontaram a insatisfação profissional como principal motivo. As outras causas mais citadas têm relação direta com falhas nas estratégias de gestão de pessoas: 86% culparam a falta de perspectivas de crescimento e aprendizagem profissional, 71% citaram o ambiente hostil ou não confiável como razão para a sensação de desânimo e 49% citaram conflitos pessoais. "São todas situações em que os gestores de pessoas têm o dever de identificar e combater dentro das empresas", diz Ana Maria.

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