domingo, 5 de setembro de 2010

Insegurança Feminina


Por Dora Porto (Master em Matrimônio e Família pela Universidade de Navarra, Espanha e Representante do programa Protege tu Corazón no Brasil (www.protegetucorazon.com)

Quais os motivos que provocam insegurança nas mulheres? Você já pensou sobre isso? Fazer o diagnóstico é algo relativamente fácil...
Repararam como fazemos coisas tão variadas, e o que é mais incrível, tudo ao mesmo tempo?
Trabalhamos, cuidamos da família, da casa, muitas ainda encontramos tempo para fazer um trabalho voluntário, levamos e pegamos filhos na escola, nas aulas de esporte, sem contar as reuniões e encontros com as coordenadoras, dirigimos sempre "atrasadas" num trânsito enlouquecedor!
Mas também desenvolvemos apresentações para clientes, elaboramos orçamentos, escrevemos relatórios, escrevemos matérias, fazemos cirurgias, atendemos clientes, participamenos de reuniões de planejamento, de avaliação!
E no "frigir dos ovos", muitas de nós não nos sentimos satisfeitas, realizadas, independente do nível social em que nos encontremos...E por quê?
Pensemos nos âmbitos em que a mulher se desenvolve...

PROFISSIONAL: hoje, mais do que nunca, a maioria das mulheres trabalha. mas trabalha por quê? Será que é só pelo salário? Se analisarmos friamente, veremos que não. O trabalho profissional fora de casa dá à mulher a ocasião de se sentir realizada num tempo mais breve. Isto é da natureza! A família, os filhos, os netos também nos realizam, mas leva certo tempo para que notemos.
O perigo é que o trabalho pode escravizar. Para dar conta de todo este universo de coisas por fazer, podemos facilmente perder o foco. E é muito frequente que as mulheres mergulhem de cabeça no trabalho (muitas vezes é uma fuga) e acabem deixando de lado outras atribuições até mais importantes.
Está certo que as mulheres foram desenhadas para assumir diferentes tarefas ao mesmo tempo. Mas, convenhamos, a tecnologia e a rapidez com que as coisas se desenrolam hoje levam a mulher a um nível muito grande de estresse.

FAMILIAR: Este âmbito é também muito curioso. Hoje acompanhamos moças solteiras crescendo profissionalmente, com carreiras brilhantes. Algumas até têm um nível salarial bastante alto. Mas quando questionadas sobre o que querem de suas vidas, a resposta é: "quero casar, ter filhos, formar uma família".
Mas, ao mesmo tempo, não querem perder os bônus que a vida profissional traz consigo. E sentem-se diminuídas e inseguras se têm de "largar" a profissão para dedicar-se integralmente à família. Muitas se sentem bastante mal e gostariam de conseguir conciliar o trabalho com a família.
Na sequência, acabam mesmo casando, e, aparentemente, sentem-se muito realizadas. Daí começam a vir os filhos (cada vez menos), a meta passa a ser voltar ao trabalho... E começa tudo de novo.
Começam também as "neuras" com relação ao corpo: "talvez seja isto", dizem algumas... "Olhem no que me transformei! Numa "senhora" gorducha, sem aqueles atrativos que exibia aos 20 anos! Eu era feliz e não sabia!"
Novamente, bate nessas mulheres uma grande insegurança de perder o marido! De que seu marido as substitua por outra mais nova! E a insegurança nos faz muito mal, até fisicamente. É bastante frequente que esta insegurança esteja na história de muitas depressões, de muitas brigas e de muitas separações!
Mas essas situações, longe de transformar as mulheres para pior, são ocasiões excelentes de adquirir competências humanas e profissionais extraordinárias!
No meu livro "Pais inteligentes, filhos resolvidos", cito a Profª Nuria Chinchilla, expert em conciliação trabalho/família. Ela afirma que "a família é uma organização sumamente complexa e rica em matizes e dirigi-la pode ajudar a nos desenvolver." E dirigir uma família é procurar assegurar o pleno desenvolvimento de cada um de seus membros, o que não é pouca coisa.
As competências adquiridas no âmbito familiar podem ser aplicadas a qualquer outro âmbito. O tempo que uma mulher dedica a estar mais em casa, a cuidar dos filhos e, por isso, diminuir as horas de trabalho, em hipótese alguma é um tempo estéril. As empresas européias que têm o selo de "familiarmente responsáveis" garantem que a mulher, depois de ser mãe, adquire competências que elevam seu nível profissional.
Mas o nosso problema é que sempre estamos insatisfeitas de estar onde estamos. Falta-nos foco, metas, planejamento e avaliação. E sem isto, nem profissional, nem familiarmente nos realizamos. E sem autorrealização, a nossa autoestima cai por terra. Acabamos nos tornando pessoas desinteressantes, cansativas, carentes...
Se soubéssemos dar a cada fase e momento de nossas vidas sua real importância, certamente evitaríamos muitos dissabores no nosso dia a dia. temos, enfim, que colocar os meios para chegarmos a esta segurança que tanto desejamos!
Donna Brooks, no seu livro "Seven Secrets of Successful Women", aponta-nos algumas luzes que podem certamente nos ajudar: trata-se de utilizar a estratégia dos 4"P´s"...
Em cada sucesso alcançado estão na retaguarda quatro componentes essenciais:

Performance: pensar no seu desempenho. Como mãe e esposa, e também como profissional. Se você é uma profissional e está, por exemplo, num novo emprego, vai se organizar, estabelecer metas, procurar conhecer o dia a dia da empresa para render ao máximo.
E na sua casa? Não é porque não há novidade todos os dias que você não pode "profissionalizar" o seu lar. Quando seu desempenho profissional dentro de casa melhora, a família sente, fica animada e, consequentemente, você se sente muito mais feliz e realizada.

Perseverança: Continuar o começado, ultrapassando as dificuldades e resistências que possam aparecer. Isto nos soa muito familiar! Afinal, quem nunca fez planos de melhora? "Agora vai!", dizemos tantas vezes, Mas por que não vai? Talvez falte essa virtudae espetacular, que se adquire com a repetição de atos. Para ser perseverante , começa-se "não sendo", mas agindo como se fosse! Faça-se esta pergunta: se eu fosse perseverante, diante dessa dificuldade o que eu faria? E faça! Muitas vezes! Até adquirir o hábito.

Prática: muito unida à perseverança está a prática. Pois como vimos, é preciso agir como se fôssemos possuidores dessas competência. isto requer praticar nas coisas mais insignificantes do nosso dia a dia. Por exemplo: fechar todos os dias aquela gaveta do banheiro; determinar todos os dias que comida vai fazer; guardar todos os dias cada coisa em seu lugar. parece pouco? Experimente! depois transfira esta experiência para qualquer outro âmbito de atuação.

Paciência: naturalmente vamos precisar de muita paciência! E sabem o que é paciência? É a ciência da paz. É aprender a padecer (qualquer tipo de incômodo, grande ou pequeno) sem perder a paz. Não há trabalho, situação, sucesso, que não esteja recheado de muitas horas de paciência. E quem cultiva a paciência é muito mais sereno, muito mais feliz.
Aliás, quando você achar que está "perdendo a paciência", uma boa notícia: a paciência não se perde num momento, como não se adquire num só instante. O que perdemos é a serenidade, e esta nós podemos recuperar começando tudo de novo: performance, perseverança, prática e... Paciência!

Temos tudo para sermos felizes! Só é preciso saber querer!

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