sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Felicidade Realista (Mário Quintana)


Amigos, não tenho certeza se é mesmo do MQ. Mas, recebi como sendo. E como me bateu fundo. Faço dele meus mais sinceros votos para 2011.
Beijos


"A princípio, bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos.
Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis.
Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica e uma temporada num spa cinco estrelas.
E quanto ao amor? Ah, o amor… não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar à luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito.
É o que dá ver tanta televisão.
Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista.
Ter um parceiro constante, pode ou não, ser sinônimo de felicidade. Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com um parceiro, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio.
Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade.
Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável.
Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno. Olhe para o relógio: hora de acordar. É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz, mas sem exigir-se desumanamente.
A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio.
Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se.
Invente seu próprio jogo. Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade. Ela transmite PAZ e não sentimentos fortes, que nos atormentam e provocam inquietude no nosso coração. Isso tudo pode ser alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Saiba como realizar e receber um feedback sem constrangimento



Como você recebe uma sugestão, crítica ou comentário no trabalho? Tenta aprender com o que é dito ou ignora a opinião recebida?

Caso você esteja no "time" que absorve críticas e transforma em algo construtivo, parabéns! No trabalho, quem recebe bem o feedback tem a oportunidade de alinhar-se aos objetivos e metas da empresa ou melhorar seu desempenho pessoal de forma mais rápida e eficiente.

Porém, nem sempre é fácil adaptar as pessoas. É comum encontrarmos o "time" que não é muito chegado a criticas e sugestões. São aqueles profissionais geralmente "turrões" ou que não têm o famoso "semancol" e, muitas vezes, atrapalham o desempenho de toda uma equipe.

Nesse momento, algumas ações podem facilitar a interação franca entre profissionais e evitar constrangimentos.

Como forma de colaborar com o dilema dessa interação, o Portal Administradores conversou com Carlos Alecrim, coach executivo, palestrante e CEO do ICCoaching (International Corporate Coaching). Alecrim revelou alguns detalhes sobre a melhor forma realizar e receber o feedback. Confira!

Por que, às vezes, se torna tão difícil passar algum conselho ou crítica aos colegas de trabalho? Falta coragem para falar com o outro profissional e humildade para as pessoas receberem comentários sobre seu serviço?

Algumas pessoas realmente têm dificuldade e não conseguem dar o feedback porque têm também limitações para ser um líder. Além disso, há a tendência equivocada de alguns executivos de só passarem feedback para contornar conflitos e isso não é bom. A pessoa também deve recebê-lo quando está tudo indo bem, quando consegue superar um desafio.
O líder deve ter a capacidade e a sensibilidade de transmiti-lo de acordo com o perfil da pessoa e no tempo certo, porque é mais complicado quando o conflito já está gerado. A dificuldade em receber o feedback talvez seja pela forma e conteúdo que ele está sendo dado. É indicado que os comentários sejam substituídos por feedbacks construtivos. E isso se aprende com técnicas de coaching que contribuem para identificar cada perfil de comportamento, por exemplo.

Que dicas você daria para que essa abordagem com um colega seja transparente e não cause constrangimento?

Para começar, a pessoa só deve começar o processo de feedback quando ela tiver certeza de que ele é necessário. Deve ser baseado no que está dificultando o resultado e nunca no que está incomodando. A mensagem para ser eficaz deve ser focada em quem irá recebê-la. Então, é necessário que quem vá dar o feedback se coloque no lugar do outro, pensando em suas características. Outro ponto é não passar atitude de desamparo, porque o verdadeiro feedback integra todos os cuidados que comentei anteriormente e também o apoio e o compromisso após a mensagem.
É preciso saber se a pessoa concorda, se discorda, como você pode ajudá-la e o que será feito. Jamais dê um feedback para quem não está preparado. Busque prepará-lo, sempre. Vale destacar que não existe fórmula pronta, mas há sutilezas a serem observadas. Se a pessoa for objetiva, você deve apoiar o feedback em dados diretos, com a informação nua e crua. Porém, para a maioria das pessoas, é mais bem adequado que ele venha com uma abordagem inicial, com sutileza e inteligência emocional. O principal cuidado é não passar uma punição verbal. O feedback deve ser palatável para o receptor, por isso, é tão imprescindível a preparação.

Existe algum momento mais apropriado para passar essa crítica ou sugestão no ambiente de trabalho? Tem que ser logo em seguida ao fato que gerou esse feedback?
O momento apropriado depende da associação de duas dimensões: receptor preparado e o fator que o motiva esteja minimamente morno. Não há um tempo exato como "fórmula mágica", mas é importante que não se passe muito tempo. É óbvio que se a pessoa receber o feedback três meses depois do que o fato ocorreu irá encará-lo negativamente, porque nem irá mais lembrar dos detalhes. Especialmente, se foi por conta de uma mentira de conveniência.
Por exemplo: uma pessoa falta ao trabalho e fala para o líder da equipe que estava resfriada e ele fica sabendo por outra pessoa que na verdade o motivo da falta foi uma briga com o marido ou a mulher. Em casos assim, não se pode perder tempo. É preciso chegar para ela pessoalmente e buscar saber por que ela não se sentiu à vontade para contar a verdade. Até porque é preciso perceber que o líder não está sendo visto como líder, mas como chefe. Em outro problema mais grave, ele pode não contar com essa pessoa, então, é preciso passar o feedback o quanto antes.
É lógico que não pode perder tempo com citações de nomes de quem contou. É para só focar no fato, deixando claro que você compreende o real motivo da falta. Demonstre que ela pode confiar em você porque você também quer confiar nela e explique que não quer ouvir nenhuma outra mentira, mesmo que seja uma mentira de conveniência. É essencial que a sua equipe sinta confiança em você. Perceba que o líder precisa desenvolver a sensibilidade de avaliar o tempo adequado, a situação e o perfil de comportamento do receptor.

Ainda vale a máxima de "elogios em público e crítica em particular"?
Sempre deve ser assim! Essa é a atitude dos líderes. A mensagem positiva em público demonstra o quanto a pessoa é observada. Desde a infância, é inerente ao ser humano querer aparecer de alguma forma. Basta a gente lembrar do tempo da escola, em que alguns buscavam aparecer com atitude brincalhona e outros com o empenho nos estudos, por exemplo.

O líder deve ter essa sensibilidade para estimular as atitudes positivas dos seus liderados, porque carregamos esse comportamento pela vida e repetimos no trabalho. As críticas positivas devem ser dadas em público, como estímulo. Entretanto, quando o que foi apresentado foi negativo ou não tão positivo assim, é necessário ser feito a sós. Também não vale passar uma crítica positiva em público que não condiz com a realidade. Você corre o risco de cair em descrédito. A atitude coach transmite mensagens de elevação, que contribuem de fato para o aperfeiçoamento dos processos da equipe.

10 itens que matam a produtividade diária


Um planejamento semanal bem elaborado pode cair por terra quando as atividades diárias pré-estabelecidas são deixadas de lado por motivos circunstanciais ou urgentes, que atrapalham a produtividade. Será que você tem passado por isso?
Confira a lista abaixo e veja com quais itens você se identifica.
1 – E-mail – Ficar com o e-mail aberto faz o nível de interrupções ficar intolerável, aumenta a ansiedade e a sensação de atividades por fazer. Recomendo definir períodos para lidar com as suas mensagens sendo que no resto do tempo o caixa deve ficar fechada.
2 – Não ter clareza sobre o que fazer – O que você precisa fazer primeiro? Você sabe pelo menos 80% do que deve ser feito hoje? Se não souber responder a essas perguntas, com certeza vai se perder em tarefas circunstanciais.
3 – Estou em Reunião – Uma pesquisa feita pela Triad Consulting, demonstra que 1/3 das reuniões podem ser canceladas. Então: dieta de reuniões já! Quanto menos, melhor. Se tiver de fazer, seja objetivo, defina pontos de discussão e faça durar no máximo 2 horas.
4 – Redes Sociais – Você usa twitter, facebook, orkut, etc? Controle a ansiedade de ficar conectado a essas redes. Utilize eventuais intervalos no dia ou o horário de almoço para se atualizar.
5 – Falta de energia – Você está cansado, sem pique e não consegue se concentrar? A falta de “energia” rouba muitas horas do dia e faz a pessoa “surfar” em atividades circunstanciais. Tenha hobbies, procure um médico, tome um multi-vitamínico, alimente-se em horários regulares, faça sexo (com freqüência).
6 – Falta de foco – Começa uma atividade e em pouco tempo salta para outra tarefas? Se a atividade for grande, quebre em pequenas atividades, feche qualquer outro software que não esteja usando, coloque o celular no silencioso e, se funcionar para você, ouça música.
7 – Navegador cheio de favoritos – Você abre seu browser para ir em um site, esbarra na lista de favoritos e começa a surfar por outros portais? Instale um novo navegador (sugiro o Safari) e não importe os seus favoritos. No novo browser, com a lista de favoritos zerada, você perde a tentação de ficar navegando à toa.
8 – Messenger, Wave, GTalk, etc – A regra é simples: está ocupado? Fique com status invisível ou offline. Está tranquilo? Fique ausente ou ocupado. Está com tempo para conversar? Fique disponível.
9 – Interrupções – Se muita gente interrompe você, pode ser porque sua comunicação não anda muito adequada. Faça uma revisão de como redige os emails, concede informações e delega atividades.
10 – Tarefas imprevistas, convites inesperados e favores – Que tal falar NÃO de forma concreta (baseado em planejamento X disponibilidade)? Se muitas tarefas imprevistas surgem na sua rotina, é possível que o nível de planejamento não esteja adequado. Repare em quais dias da semana você tem mais imprevistos e utilize isso a seu favor.

Por Christian Barbosa (Especialista em administração de tempo e produtividade, é Autor dos livros “A Tríade do Tempo", "Você, Dona do Seu Tempo”, “Estou em Reunião” e co-autor de “Mais Tempo, Mais Dinheiro".

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Versões de Mim


Versões de mim

(Luiz Fernando Veríssimo)

Vivemos cercados pelas nossas alternativas, pelo que podíamos ter sido.


Ah, se apenas tivéssemos acertado aquele número (unzinho e eu ganhava a sena acumulada), topado aquele emprego, completado aquele curso, chegado antes, chegado depois, dito sim, dito não, ido para Londrina, casado com a Doralice, feito aquele teste…
Agora mesmo neste bar imaginário em que estou bebendo para esquecer o que não fiz – aliás, o nome do bar é Imaginário – sentou um cara do meu lado direito e se apresentou:
- Eu sou você, se tivesse feito aquele teste no Botafogo
E ele tem mesmo a minha idade e a minha cara. E o mesmo desconsolo.
- Por que? Sua vida não foi melhor do que a minha?
- Durante um certo tempo, foi. Cheguei a titular. Cheguei a seleção. Fiz um grande contrato. Levava uma grande vida. Até que um dia..
- Eu sei, eu sei… disse alguém sentado ao lado dele.
Olhamos para o intrometido… Tinha a nossa idade e a nossa cara e não parecia mais feliz do que nós. Ele continuou:
- Você hesitou entre sair e não sair do gol. Não saiu, levou o único gol do jogo, caiu em desgraça, largou o futebol e foi ser um medíocre propagandista.
- Como é que você sabe?
- Eu sou você, se tivesse saído do gol. Não só peguei a bola como me mandei para o ataque com tanta perfeição que fizemos o gol da vitória. Fui considerado o herói do jogo. No jogo seguinte, hesitei entre me atirar nos pés de um atacante e não me atirar. Como era um herói, me tirei… Levei um chute na cabeça. Não pude ser mais nada. Nem propagandista. Ganho uma miséria do INSS e só faço isto: bebo e me queixo da vida. Se não tivesse ido nos pés do atacante…
Ele chutaria para fora. Quem falou foi o outro sósia nosso, ao lado dele, que em seguida se apresentou.
- Eu sou você se não tivesse ido naquela bola. Não faria diferença. Não seria gol. Minha carreira continuou. Fiquei cada vez mais famoso, e agora com fama de sortudo também. Fui vendido para o futebol europeu, por uma fábula. O primeiro goleiro brasileiro a ir jogar na Europa. Embarquei com festa no Rio…
- E o que aconteceu? perguntamos os três em uníssono.
- Lembra aquele avião da VARIG que caiu na chegada em Paris?
- Você…
- Morri com 28 anos.
- Bem que tínhamos notado sua palidez.
- Pensando bem, foi melhor não fazer aquele teste no Botafogo…
- E ter levado o chute na cabeça…
- Foi melhor, continuou, ter ido fazer o concurso para o serviço público naquele dia. Ah, se eu tivesse passado…
- Você deve estar brincando.
Disse alguém sentado a minha esquerda. Tinha a minha cara, mas parecia mais velho e desanimado.
- Quem é você?
- Eu sou você, se tivesse entrado para o serviço público.
Vi que todas as banquetas do bar à esquerda dele estavam ocupadas por versões de mim no serviço público, uma mais desiludida do que a outra. As conseqüências de anos de decisões erradas, alianças fracassadas, pequenas traições, promoções negadas e frustração. Olhei em volta. Eu lotava o bar. Todas as mesas estavam ocupadas por minhas alternativas e nenhuma parecia estar contente. Comentei com o barman que, no fim, quem estava com o melhor aspecto, ali, era eu mesmo. O barman fez que sim com a cabeça, tristemente. Só então notei que ele também tinha a minha cara, só com mais rugas.
- Quem é você?perguntei.
- Eu sou você, se tivesse casado com a Doralice.
- E..?
Ele não respondeu. Só fez um sinal, com o dedão virado para baixo…
Creio que a vida não é feita das decisões que você não toma, ou as atitudes que você não teve, mas sim, aquilo que foi feito!


Se bom ou não, penso, é melhor viver do futuro que do passado!