domingo, 31 de janeiro de 2010

O Poder de um Paradigma


(Este é um belíssimo e reflexivo texto de "Os 7 Hábitos das Pessoas Muito Eficazes",do Stephen Covey, da Primeira Parte)

..."Precisamos entender nossos "paradigmas", e aprender a fazer uma "mudança paradigmática".
... A palavra paradigma vem do grego. Na origem, era um termo científico, mas hoje é usada comumente para definir um modelo, teoria, percepções, pressupostos ou modelos de referência. Em um sentido mais geral, é a maneira como "vemos" o mundo - não no sentido visual, mas sim em termos de percepção, compreensão e interpretação.
Dentro de nossos objetivos, um modo simples de entender paradigma é vê-los como um mapa. Todos sabem que "um mapa não é um território". Um mapa é simplesmente a explicação de certos aspectos do território. Um paradigma é exatamente isso. Uma teoria, uma explicação, um modelo de alguma outra coisa.
Suponha que você queira ir até uma local específico, no centro de Chicago. Uma planta com as ruas da cidade seria de grande ajuda para se chegar ao destino. Mas suponha que você tenha o mapa errado.(...) e onde deveria estar escrito "Chicago" fosse na verdade um mapa de Detroit. Você pode imaginar a frustração e a ineficiência na tentativa de atingir o objetivo desejado?
Uma pessoa pode modificar seu comportamento.
Tentar com mais empenho, ser mais diligente, aumentar o ritmo. Tais esforços, entretanto, só serviriam para levá-la mais depressa ao lugar errado.
Uma pessoa pode modificar sua atitude, pensando de forma mais positiva. Mesmo assim não chegará ao lugar certo, o que pode não fazer diferença. Se a atitude for mesmo otimista, a pessoa será mais feliz onde estiver.
De qualquer modo, ainda estará perdida. O problema fundamental não tem nada a ver com o comportamento ou com a atitude. Ele se resume em utilizar o mapa errado.
Se a pessoa tem o mapa certo para Chicago, aí a diligência torna-se valiosa, e, quando surgem os obstáculos frustrantes, ao longo do caminho, então a atitude faz realmente diferença. Contudo, a exigência primordial e mais importante é a exatidão do mapa.
Cada um de nós, tem, dentro da cabeça, muitos e muitos mapas, que podem ser divididos em duas categorias principais: mapas do modo como as coisas são, ou da realidade, e mapas do modo como as coisas deveriam ser, ou dos valores. Interpretamos todas as nossas experiências a partir destes mapas mentais. Raramente questionamos sua exatidão, com frequencia nem percebemos que os utilizamos. Apenas assumimos que a maneira como vemos as coisas equivale ao modo como elas realmente são ou deveriam ser.
Assim, nossas atitudes e comportamentos derivam destes pressupostos. A maneira como vemos o mundo é a fonte de nossas forma de pensar e agir."

Nesta parte Covey nos convida a uma experiência sensorial com uma figura ambígua, ou seja, uma figura em que você pode ver uma imagem ou outra, dependendo de seus paradigmas ou de seus condicionamentos. No caso, ele usa a figura da velha/moça.
Ele narra uma experiência na faculdade onde uma parte dos alunos foi "induzida" a ver uma face da figura e outra, a outra. E que no começo um não aceitava o ponto de vista do outro de forma alguma. Mas, a partir do momento que começaram um diálogo calmo, respeitoso e objetivo, cada um conseguiu mostrar ao outro seu ponto de vista e, consequentemente, ver também o ponto de vista do outro.

..." Ela(a experiência acima explicada) mostra, antes de tudo, o quanto nossa percepção pode ser profundamente condicionada, ou nossos paradigmas. Se dez segundos podem ter tal impacto em nossa maneira de ver as coisas, o que dizer dos condicionamentos que duram uma vida inteira? As influências marcantes em nossas vidas- família, escola, religião, ambiente de trabalho, amigos, colegas e paradigmas sociais em vigor, como a Ética da Personalidade - foram responsáveis por um impacto insconsciente e silencioso em nossas mentes, ajudando a formar nossos quadros de referências, paradigmas e mapas.
Podemos concluir também que estes paradigmas são a nossa fonte de atitudes e comportamentos. Afastados deles, não podemos agir com integridade. Simplesmente não temos como manter a coerência se falamos e agimos em discordância com aquilo que vemos.(...)
Isso nos leva a um dos defeitos básicos da Ética da personalidade. Tentar modificar as atitudes e comportamentos exteriores não adianta muito a longo prazo, se deixamos de examinar os paradigmas básicos a partir dos quais estas atitudes e comportamentos são gerados.
A demonstração da percepção também revela a intensidade com que nossos paradigmas interferem no modo como interagimos com outra pessoa. Pensamos que vemos as coisas claras e objetivamente, e depois, nos damos conta que os outros as vêem de modo aparentemente tão claro e objetivo quanto o nosso. "O que vemos depende de onde estamos".
Cada um de nós tem tendência para pensar que vê as coisas como são, objetivamente. Mas não é bem assim. Vemos o mundo, não como ele é, mas como nós somos - ou seja, como fomos condicionados a vê-lo. Quando abrimos a boca para descrever o que vemos, na verdade descrevemos a nós mesmos, nossas percepções e paradigmas. Quando as outras pessoas discordam de nós, imediatamente achamos que há algo errado com elas. No entanto, como exemplificado pela demonstração, pessoas sinceras, com a cabeça no lugar, podem ver as coisas de modo diferente, cada uma delas olhando o mundo através das lentes específicas de sua própria experiência.
Isso não quer dizer que os fatos não existem". (...) Quando dois indivíduos olham juntos para uma terceira hipótese, podemos juntar o melhor doa dois.
Quanto mais nos conscientizamos de nossos paradigmas (...) e do quanto somos influenciados por nossas experiências, mais responsabilidades podemos assumir por estes paradigmas, mais podemos examiná-los, testá-los em confronto com a realidade, ouvir a opinião dos outros e nos abrirmos para os conceitos alheios, obtendo deste modo um quadro mais amplo e uma visão mais objetiva."

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