sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Muitos candidatos não gostam de dinâmica de grupo, mas especialistas em RH a defendem


Fonte: Canal RH, por Lucas Toyama

" Maria Augusta Jordão não pode ouvir falar em dinâmica de grupo. Reservada, ao longo de um processo seletivo para uma empresa do setor de telemarketing, ela precisou se apresentar na frente de um grupo de 20 pessoas, fazendo malabarismos com três bolas de tênis ao mesmo tempo em que respondia perguntas elaboradas pela equipe avaliadora. A justificativa para a atividade era a de testar sua concentração e habilidades manuais. “Foi um absurdo e totalmente desnecessário”, conta. Ela até passou para a etapa seguinte, no entanto, desistiu da vaga. “Não saí na hora porque o clima era muito tenso e eu fiquei intimidada, mas assim que deixei a dinâmica, decidi não voltar nunca mais”, explica.
O caso de Maria Augusta e sua opinião sobre o que com ela aconteceu são mais comuns do que se pensa. Há sempre uma historinha em relação às dinâmicas de grupos e, junto delas, um sem-número de pessoas que as odeia. “A técnica da dinâmica de grupo é ainda uma caixa-preta para a maioria dos candidatos, portanto é natural sentir desconforto diante de uma situação que você não entende e não pode administrar”, afirma Jacqueline Resch, consultora em RH.
Ela destaca, no entanto, que, se bem conduzida, a dinâmica torna-se uma importante ferramenta de seleção. “As pessoas muitas vezes não entendem a relação dos exercícios que fazem com aquilo que irão fazer na empresa ou com as competências requeridas para o cargo. Se bem utilizadas, elas são um excelente instrumento de avaliação do aspecto comportamental do candidato”, diz. “Contudo, há ainda aqueles que não se sentem à vontade em se expor diante de um grupo desconhecido”, relata. Para esses, o jeito é avaliar a pertinência do exercício e, friamente, tomar uma decisão, consciente das implicações dela – entenda-se, a eliminação no processo seletivo.
Para Elaíce Farias Shinoda, da Steer Recursos Humanos, consultoria especializada na seleção de profissionais “as atividades em grupo solicitadas durante o processo são capazes, sim, de mostrar características e habilidades que serão necessárias para determinada vaga”. Ela, contudo, concorda que pode haver exageros, evidência de um processo mal elaborado. “O que queremos observar nesses processos é interação entre os candidatos. Vamos buscar sinais de liderança, capacidade de trabalho em equipe ou o contrário, tudo dependendo do perfil que a vaga em questão exige”, diz Elaíce.
Veja o que as especialistas apontam como vantagens e desvantagens das dinâmicas de grupo:
Vantagens
- Oportunidade de demonstrar seu comportamento e como se relaciona em grupo.
- Em entrevistas individuais, os candidatos não têm tantas chances de emitir opiniões e exteriorizar aspectos de comportamento como liderança, empreendedorismo, criatividade, capacidade de atuar em situações-limite.
- A dinâmica pode ser aproveitada para candidatos conhecerem outras pessoas, trocarem ideias, fazerem networking.
- A cada dinâmica, o candidato consegue aprimorar sua capacidade de se incluir e de trabalhar em grupo.
- Por ser um processo de várias horas, a dinâmica não permite que o candidato se porte de uma maneira “treinada” por muito tempo. A real essência de cada um sempre vem à tona.
Desvantagens
- Algumas empresas dão explicações superficiais sobre o processo e não dão feedback quando a seleção termina, o que não agrega ao processo de aprendizado do candidato que procura emprego.
- Muitas pessoas na mesma dinâmica e apenas um selecionador para observar o comportamento de todos pode ser ruim. O ideal é trabalhar com números menores de pessoas, de forma que o observador consiga avaliar e dar atenção a todos.
- Candidatos muito tímidos, que têm dificuldade de se expor em público e dizer opiniões podem perder lugar para um profissional que pode ser até menos competente, porém mais desinibido. Caberá sempre ao selecionador saber identificar as reais qualificações e atitudes dos candidatos presentes."

Que a Dinâmica de Grupo é uma técnica eficiente e importante de Seleção, não resta a menor dúvida. Mas, o que não se pode entender e nem aceitar é o nível de despreparo e até desrespeito com que muitas "dinâmicas" são aplicadas, expondo pessoas a constrangimentos desnecessários, sem qualquer correlação com os requisitos do cargo e, sobretudo, não oferecendo qualquer explicação ou feedback ao participante no sentido de sua melhoria, de seu aprimoramento. Muitas alegam não fazê-lo por falta de tempo. Balela! Sempre que trabalhei em Seleção, mesmo atendendo a centenas de pessoas, me programava para dar feedbacks, respostas e explicações. As empresas e profissionais sérios cuidam disso.
Fica a dica, sobretudo agora que estamos em um mercado aquecido e que a escolha da vaga também é direito e requisito do candidato, observe a seriedade e a "lógica" na condução da dinâmica; se não fizer sentido, questione, peça um feedback e uma explicação de que competências o exercício ou atividade irá medir. Faça isso com jeito, mas faça. É seu direito. E se o profissional se recusar ou não souber dizer, faça você sua escolha.

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