sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Os sete erros capitais na carreira


Todo aquele que aspira a uma carreira executiva de sucesso tem que saber que ao longo do caminho encontrará muitas pedras. As mais duras têm um nome: erro capital.
Todos, indistintamente, cometem algum tipo de falha. A única maneira de evita-la é deixar de lutar pelo sucesso e ficar inerte. Mas, até mesmo pelo simples fato de estar lendo este artigo, você com certeza é dos que lutam. (...)
O erro tem duas faces: uma positiva e outra negativa. A primeira ensina, corrige e faz os indivíduos amadurecerem, A segunda acovarda, estagna e condena as pessoas a viverem no purgatório da mediocridade, onde nunca aprendem, nunca corrigem e jamais amadurecem.
Confrontar, avaliar e reconhecer os próprios erros é tarefa fundamental para o aperfeiçoamento profissional. Evitar tal exercício significa continuar repetindo os mesmos erros pela vida afora. Cheia de humor, a sabedoria popular é taxativa: “Errar é humano, persistir no erro é burrice”.
Como consultor e tendo feito ao longo dos últimos 10 anos o aconselhamento de carreira de mais de 2 mil executivos, tive a oportunidade de sistematizar os sete erros capitais que um executivo deve evitar. Essas falhas, se não forem reconhecidas e corrigidas, podem comprometer uma carreira para sempre.
O primeiro e mais grave erro é ignorar a importância de um objetivo de vida e confiar o próprio futuro a uma organização.
Tenho observado que um grande número de executivos (87%) não tem a menor noção sobre o que significa um objetivo de vida. Em consequência, por não saberem o que desejam para suas carreiras, perambulam sem rumo pelos corredores das organizações. É comum lastimarem a má sorte e, enquanto isso, envenenam o tecido organizacional com pessimismo e miopia.
Muitos desses homens ocupam hoje posições para as quais jamais se prepararam e que também jamais pensaram em ocupar. São uma das sete pragas das empresas brasileiras. (...)
Um dos graves aspectos dessa tragicomédia de erros começa quando o executivo confia o seu futuro a uma organização. Com isso não desejo incentivar a deslealdade à empresa. Quero simplesmente alertar que o destino de uma vida- a sua vida – é algo muito precioso para ser entregue a outros. Ninguém melhor que o próprio executivo para dirigir sua vida.
Costumo lembrar sempre aos meus clientes que as organizações não têm futuro. Os homens, esses sim, têm futuro.
A escolha dos objetivos pessoais e sua compatibilização com as metas de uma organização não é tarefa fácil. Exige muita autocrítica e capacidade de análise e de julgamento, entre outras qualidades. Mas isso não é motivo suficiente para que um profissional entregue uma procuração em branco a uma empresa, por melhor que ela seja, para que ela decida por ele o seu futuro.
O curioso é que tanto o profissional quanto a organização, mais cedo ou mais tarde, sofrem as consequências dessa decisão. O castigo aparece de várias formas. A organização torna-se refém da ineficiência. O profissional logo vai sentir na pele a preterição, o adiamento ou o cancelamento por ocasião da promoção, a transferência para um departamento ou posição desprezível e, por último, a inesperada demissão.
(...)
Num ambiente empresarial competitivo, ninguém conquistará posições mais altas na hierarquia da organização simplesmente por sentar-se todos os dias à sua mesa de trabalho e executar suas tarefas, mesmo que as faça bem feitas.
O máximo que essa atitude obterá é uma posição de middle management. E o problema é que 95% dessas gerências intermediárias deverão ser extintas nos próximos anos.
A falta de objetivos se manifesta no seio das organizações e também fora delas. Os homens parecem ovelhas. São verdadeiros externalistas, isto é, todas as coisas acontecem por uma vontade que não é a do indivíduo, fora de seu domínio. Esperam por um milagre, que “algo” aconteça, mesmo que não saibam o quê.
Pergunte você mesmo aos que o cercam: “Quais são os seus objetivos de vida, a curto (1 a 2 anos), médio (3 a 5 anos) e longo prazos (5 a 10 anos?)” As respostas que mais se ouvem são as seguintes: “No Brasil, não dá pra planejar”, “ a política e a macroeconomia nesse país mudam da noite para o dia”, “a instabilidade é muito grande”, “a minha empresa não tem um plano de carreira”...
Ora bolas, dane-se a empresa! O homem não é cria da empresa, pela empresa e para a empresa. A empresa é que foi criada pelo homem!
Continue indagando: “Que nível hierárquico ambiciono alcançar no futuro?”, “que salário quero ganhar hoje e no futuro?” Garanto-lhe que novas desculpas surgirão: “As empresas estão reduzindo pessoal e portanto diminuem as oportunidades e as promoções”, “Salários, nem pensar em negociá-los (...)”.
(...)
Aprofunde mais o questionário: “Quais são as minhas necessidades de treinamento e desenvolvimento?”, “Qual o meu plano de autodesenvolvimento?” Novamente, posso antecipar as respostas mais corriqueiras: “Não tenho tempo para ler ou fazer curso”, “Minha empresa não tem um programa formal de treinamento e desenvolvimento”, “Meu chefe é contra essa ideia de cursos, ele acha que é um custo muito alto para a empresa”...
Desculpas, desculpas, apenas desculpas. Quando um profissional tem compromissos consigo próprio, ele saberá encontrar tempo para ler, estudar e se aperfeiçoar. Falo isso com autoridade de quem trabalha catorze horas por dia e, mesmo assim, encontra tempo para ler e estudar diariamente. Não se preocupe se os outros não agem assim: ser diferente dos outros é uma das condições indispensáveis para o sucesso – embora poucas pessoas percebam isso.
Continue o exercício: “Devo fazer uma mudança na minha carreira ou devo continuar frustrado e frustrando aqueles que me cercam?”, “Devo permanecer na mesma área funcional?”, “Devo mudar de emprego?”, “Se permanecer nesta empresa, devo continuar na mesma posição ou lutar por outra mais interessante?”, “Devo começar a pensar em mudar de carreira?”, “Qual a melhor hora para dar adeus ao meu chefe?”
(...) O preço pago por um profissional sem objetivos é muito alto. Alberto é um exemplo(...). Aos 38 anos, mestre em administração de empresas por uma universidade norte-americana e passagens por algumas das mais importantes empresas brasileiras, Alberto me confidenciou: “Acho que destruí minha carreira prematuramente”. Quando o interroguei sobre o que levara a tal conclusão, ele me respondeu: “Creio que parte de meu insucesso se deve à minha incapacidade para definir com clareza o que quero da vida.”
A lição é óbvia. Para um barco que não sabe a que porto quer ir, nenhum vento ajuda.
É preciso eliminar o desperdício humano nas nossas organizações. Especialmente porque sabemos que são as pessoas que determinam o sucesso ou insucesso de um negócio. As organizações precisam acordar para a necessidade de planejamento a longo prazo, não apenas para a empresa, mas para seus executivos. Ainda que a própria empresa fique no longo prazo e acabe excluída dos planos de cada indivíduo. O lucro, para a companhia, é a sanidade do executivo e a energia total por ele alocada ao sucesso do negócio.
Para o executivo, ter objetivos claros é a diferença entre ser um gerente e ser um líder. Os gerentes se contentam com o dia de hoje. Os líderes aspiram ao amanhã.
O que queremos ser?
(Fonte: Fui demitido : e agora? A demissão não é o fim, de Gutemberg B. de Macedo)

E o mais impressionante é que trata-se de um texto escrito em1999, em plena época da hiper inflação, recessão e instabilidade econômica. Hoje, o cenário macroeconômico é totalmente outro, mas as “desculpas” pela falta de visão de carreira dos executivos e profissionais em geral, continua o mesmo. Ou não? Qual sua opinião? Compartilhe conosco.

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